LOS ANGELES, EUA (UOL/FOLHAPRESS) – A parte mental da preparação para um jogo é cada vez mais importante no futebol. Ter o mesmo nível de concentração para uma partida amistosa e para um torneio maior é um desafio. É dessa equação que surgem os “jogadores de jogos grandes”, e Vini Jr. é um deles. No entanto, ainda falta ao candidato a Bola de Ouro desta temporada ser também o atleta dos jogos menores.
A dificuldade já é identificada por pessoas que orbitam a carreira do camisa 7 do Real Madrid. O desempenho de Vini Jr. em jogos de Liga dos Campeões ou duelos contra os maiores clubes na Espanha é diferente do que o que o jogador apresenta em duelos contra equipes da parte de baixo da tabela. É nítido, e os números comprovam.
Na última temporada, 18 dos 24 gols marcados por Vini Jr foram em partidas da Liga dos Campeões, outros torneios de mata-mata ou em partidas contra adversários que terminaram na metade de cima da tabela do Campeonato Espanhol. Na final da Supercopa da Espanha, por exemplo, Vini anotou um hat-trick na vitória por 4 a 1 contra o arquirrival Barcelona.
No mata-mata da Liga dos Campeões, Vini participou diretamente de seis dos 12 gols do Real, anotando o tento que sacramentou o título em cima do Borussia Dortmund.
Os jogos da seleção brasileira entram justamente na parte em que Vini desempenha menos: amistosos ou jogos de Eliminatórias que não apresentam grande importância diante do número de seleções que se qualificam para a Copa do Mundo.
Nos dois torneios de maior importância que disputou até aqui com a camisa amarelinha, Vini Jr. não tinha o protagonismo que tem hoje e precisava enfrentar uma outra questão: o técnico Tite não era o maior fã do futebol do atacante. Não é segredo que Vini se sente muito mais à vontade agora com Dorival Jr no comando.
Na Copa América de 2019, ele foi reserva e não somou nem 90 minutos no torneio. Para a Copa do Mundo, as boas atuações no Real Madrid forçaram sua entrada no time titular. Vini deu duas assistências, marcou um gol, e a seleção só balançou as redes sem ele em campo uma vez: no gol de Neymar contra a Croácia. Até nesta segunda-feira (24), a saída dele no segundo tempo daquele duelo causa discussão.
O desempenho de Vini Jr. até aqui na seleção brasileira não satisfaz nem a ele, nem a seu estafe, nem aos torcedores. Mas há um entendimento de que a Copa América pode ser a virada de chave para ele com a camisa amarela: um torneio importante, em que ele é o principal jogador da seleção, e espera-se que seja decisivo.
Exatamente o tipo de pressão com a qual Vini Jr. gosta de jogar.
CRISTIANO RONALDO COMO INSPIRAÇÃO
Vini Jr. tem muitas referências no futebol, mas, quando se trata de mentalidade, Cristiano Ronaldo é seu modelo. Os dois não chegaram a jogar juntos no Real Madrid, mas foi essa inspiração que fez o jogador pedir a camisa 7 após a saída de Eden Hazard.
Além do português, Vini Jr. tem referências fora do mundo do futebol, sobretudo nos esportes americanos. O jogador tem nas paredes de sua academia particular as imagens de jogadores lendários da NBA como Michael Jordan, Kobe Bryant, LeBron James e uma camisa de Tom Brady, maior campeão da história da NFL.
Na mentalidade de Vini Jr. não há espaço, por exemplo, para rivalidades com colegas de time. Anos atrás, em 2020, Benzema criticou Vinícius em conversa com o lateral Mendy; dois anos depois, o brasileiro ajudou o francês a fazer a melhor temporada da carreira e a ganhar a Bola de Ouro – e o próprio Benzema reconhece tal ajuda.
Mais recentemente, enquanto a imprensa de Madri debatia e especulava sobre uma possível incompatibilidade de Vini Jr. e Kylian Mbappé, o brasileiro conversava com o francês sobre o Real Madrid em clima amistoso. A pessoas próximas, Vini repete a frase como um mantra: “Quero jogar com os melhores”.
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