Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que estão presos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde junho já foram incorporados ao grupo de cientistas que ocupa a ISS e compartilham tarefas de pesquisa e manutenção do laboratório espacial, parte da rotina dos profissionais no espaço.
A dupla se juntou aos sete astronautas da expedição de número 71 que estão na estação espacial desde abril desenvolvendo pesquisas sobre doenças neurodegenerativas e botânica espacial, entre outros. A previsão é de que este grupo retorne em setembro, segundo a Agência Espacial Americana, a Nasa.
Wilmore e Williams chegaram à ISS em 5 de junho em uma missão de apenas oito dias. O retorno teve de ser adiado devido a problemas técnicos apresentados pela espaçonave na qual viajaram, a Starliner, da Boeing.
A missão deles era justamente operar o primeiro voo tripulado da Starliner como pilotos de teste. Desde que o problema foi constatado, a Nasa vem estudando uma alternativa para trazer os astronautas de volta.
No último sábado, 24, em anúncio oficial, a agência informou que eles voltarão à Terra somente em fevereiro do ano que vem, em uma espaçonave da SpaceX que viajará à ISS com dois lugares vazios. A Starliner, por sua vez, voltará sozinha à Terra em setembro.
Quando participam de qualquer missão espacial, mesmo as mais curtas, os astronautas estão cientes de que situações como essa podem ocorrer e estão preparados para isso tanto do ponto de vista físico, quanto do psicológico. Wilmore é um veterano que já esteve na estação espacial russa MIR, desorbitada em 2001, e depois em missão na própria ISS. Williams também já é uma veterana da ISS.
Por isso, informou a Nasa, rapidamente, Wilmore e Williams “mergulharam na vida da estação, vivendo e trabalhando em órbita baixa da Terra junto à tripulação da expecição 71”.
Os dois são capitães aposentados da Marinha dos Estados Unidos e astronautas com longas passagens pela estação espacial. Entre as funções desempenhadas no laboratório orbital estão testar técnicas para beneficiar o crescimento de plantas no espaço e executar tarefas operacionais para manter o laboratório funcionando. No tempo livre, os astronautas gostam de tirar fotos do espaço.
Uma nave de suprimentos enviada pelos EUA chegou à estação no início de agosto, levando roupas extras para os astronautas e comida para toda a tripulação, atualmente de nove pessoas. Segundo a Nasa, a ISS tem capacidade para abrigar até 13 pessoas.
Estadias prolongadas em gravidade zero podem provocar problemas de saúde, como fraqueza óssea e muscular, mas todos os astronautas são preparados para enfrentar tais situações.
A exposição à radiação a longo prazo também pode ter efeitos maléficos sobre o DNA humano. Por isso, as agências espaciais têm limites específicos para a quantidade de radiação a qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas carreiras. De qualquer forma, a estadia prolongada dos dois astronautas está longe de ser um recorde de permanência no espaço.
O recorde pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que esteve a bordo da estação espacial russa MIR por 437 dias, entre 1994 e 1995. Entre os astronautas da Nasa, o recorde é de Frank Rubio, que passou 371 dias no espaço e retornou em setembro do ano passado.
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