SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Melania Trump, mulher de Donald Trump e primeira-dama dos Estados Unidos até 2021, defende em seu livro de memórias o direito ao aborto, segundo o jornal britânico The Guardian, que teve acesso à obra ainda não publicada, “Melania”.
“É imperativo garantir que as mulheres tenham autonomia ao decidir suas preferências em relação a ter filhos, com base em suas próprias convicções, livres de intervenções ou pressões do governo”, escreve ela no livro que deverá ser publicado no próximo dia 8, no formato digital e em inglês, a menos de um mês das eleições americanas, previstas para 5 de novembro.
“Por que qualquer pessoa além da própria mulher deveria ter poder de determinar o que ela faz com seu próprio corpo? O direito fundamental à liberdade individual de uma mulher, de sua própria vida, lhe dá autoridade para encerrar uma gravidez caso ela deseje”, continua.
Na atual campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, o tema do direito ao aborto vem sendo central. Polêmico, é um dos principais pontos de dissonância entre o seu Partido Republicano e os democratas.
Nos últimos anos, os americanos viram a implementação de restrições relacionadas ao tema. Em 2022, a Suprema Corte, de maioria conservadora, votou para derrubar a Roe vs. Wade, decisão que havia liberado o aborto de forma constitucional em todo o país desde 1973. Assim, o tribunal deixou a cargo de cada estado definir a própria legislação para o assunto.
Recentemente, o candidato a vice na chapa encabeçada por Trump, J.D. Vance, voltou a fazer do tema um dos focos de debate entre republicanos e democratas ao dizer que apoiaria uma proibição do aborto em todo o território americano.
Na obra, Melania Trump, que raramente expressa opiniões políticas em público, escreve ainda que, durante toda a sua vida adulta, vem carregando a crença de que as mulheres devem ser livres para opinar sobre os próprios corpos e para encerrar uma gravidez indesejada.
A ex-primeira-dama também discorda do marido ao falar sobre políticas de imigração, destacando que ela própria é imigrante –ela nasceu na Eslovênia.
“Desavenças políticas ocasionais entre meu marido e eu são parte do nosso relacionamento, mas eu acredito que o melhor é confrontá-lo com minhas opiniões de forma privada, não pública”, afirma.
O livro de memórias ainda não tem data para publicação em português.
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