SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As hospitalizações por Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) apresentam sinal de queda no país, principalmente as causadas pelos vírus influenza A e VSR (vírus sincicial respiratório). Os dados são do boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na última quinta-feira (6).
O vírus sincicial respiratório é um dos principais causadores de bronquiolites em bebês e crianças durante os meses mais frios do ano. Dentre os principais sintomas estão tosse e falta de ar, podendo evoluir também para pneumonia.
O levantamento tem como base os números da semana epidemiológica 22 -de 26 de maio a 1° de junho- inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) até 3 de junho.
De acordo com o boletim, já se observa um conjunto cada vez maior de estados indicando interrupção do crescimento ou redução no número de novos registros.
Ao analisar o agregado do país, há sinal de queda nas internações de srag nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).
O boletim traz um alerta: em função da situação atual do Rio Grande do Sul, os dados das semanas recentes devem ser analisados com cautela. Pode haver impacto na capacidade de atendimento e no registro eletrônico de novos casos de srag no estado gaúcho.
Seis estados continuam apresentando crescimento de srag na tendência de longo prazo – Acre, Amazonas, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe-, mas na maioria há sinais de interrupção no aumento ou de início de queda. Entre as capitais, Aracajú (SE), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Natal (RN), Rio Branco (AC) e São Luís (MA) mostram indícios de aumento.
Para o VSR, a maior parte dos estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste apontam interrupção do crescimento ou queda. Em relação à influenza A, associado ao aumento de srag em adolescentes e adultos, já se consolida a interrupção do aumento ou queda no Nordeste e em alguns estados do Norte e Sul do país.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça a importância da vacinação para a gripe e a Covid. Para ele, é necessário antecipar a imunização e a cobertura vacinal para um eventual novo ciclo da Covid. Em relação ao VSR, Gomes ressalta o impacto nas crianças, em especial nas que possuem até dois anos de idade.
Em 2024, já foram notificados 67.764 casos de síndrome respiratória. Destes, 32.897 (48,5%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 24.392 (36,0%) negativo, e ao menos 6.659 (9,8%) aguardam o resultado. Dos casos positivos, 19% são para influenza A, 0,4% para B, 43,6% para vírus sincicial respiratório e 24,1% para Covid. Os dados são provisórios.
Em relação aos óbitos por Srag em 2024, foram registrados 4.395, sendo 2.468 (56,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 1.522 (34,6%) negativo, e ao menos 135 (3,1%) aguardando o resultado.
Dos casos positivos, 65,1% para Covid, 22,8% são para influenza A, 7,5% para VSR e 0,4% para influenza B.
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