O estado norte-americano do Alabama tem enfrentado várias críticas após a execução de Kenneth Eugene Smith, na quinta-feira, com recurso a gás nitrogênio. Esta foi a primeira vez que o método foi usado nos EUA para executar alguém.
Smith, que foi condenado pelo homicídio por encomenda de uma mulher em 1988, foi executado no corredor da morte da prisão de Holman, em Atmore. O óbito levou cerca de 22 minutos a ser declarado.
Segundo o jornal The Guardian, depois de o gás ter começado a fluir, Smith contorceu-se na maca durante vários minutos. O Alabama tinha anteriormente referido que o gás de nitrogênio faria com que o homem perdesse os sentidos e morresse em minutos.
“Estive anteriormente em quatro execuções e nunca vi um preso a debater-se da maneira como o Kenneth Smith reagiu ao gás nitrogênio”, disse Lee Hedgepeth, jornalista que testemunhou a execução, ao programa ‘Newsday’ da BBC.
O conselheiro espiritual de Smith, Jeff Hood, assistiu à morte. “Nunca vi nada assim. Foi uma tortura”, revelou. Jeff Hood considerou ainda que os polícias presentes ficaram “muito surpreendidos que [a execução] não tenha sido mais tranquila”.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que lamentava “profundamente a execução de Kenneth Eugene Smith no Alabama” e alertou para que o método de “sufocamento por gás nitrogênio possa equivaler a tortura ou tratamento cruel”.
Turk destacou que o método “não está em conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos” e que “pode causar sofrimento desnecessário e angustiante”.
A execução de Smith também foi criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, que consideraram que o método foi cruel e desumano.
O Alabama foi o primeiro estado dos EUA a adotar o gás nitrogênio como método de execução. O estado de Oklahoma já havia aprovado o uso do método, mas ainda não o implementou.
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