SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após 25 anos sem ir ao Roda Viva (TV Cultura), Fernanda Torres participou do programa de entrevista apresentado por Vera Magalhães na última segunda-feira (8).
“Aquilo que eu falei que não gostava de crente, jamais repetiria isso hoje”, afirmou Fernanda. Ela se referia à frase dita por ela em 1992 também no Roda Viva.
Na ocasião, Serginho Groisman perguntou se ela tinha algum preconceito, ao que a atriz respondeu: “contra crente”.
“Os evangélicos ocuparam o lugar onde o Estado faltou. Eu acho triste que demonizem as religiões de origem africana. Lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista. Amaria isso”, falou a atriz, em tom de autocrítica.
“A figura do intelectual libertário, hoje em dia, virou um privilégio de alienado. Não é que o mundo ficou mais careta, o mundo ficou mais violento, mais argentário, menos utópico. Quem tá meio perdido hoje é o intelectual branco libertário. São pessoas como eu”, prosseguiu Fernanda.
Na mesma toada, elogiou o programa de entrevistas de Mano Brown. “Aquilo é uma aula para mim, eu ouço com propósito educativo”.
‘TAPAS E BEIJOS É OBRA-PRIMA’
Na entrevista, a atriz ainda falou sobre a força do mainstream da Globo e o poder do alcance de massa que a emissora proporciona. Ela acaba de lançar pelo Globoplay a adaptação homônima de seu romance, “Fim”.
“Esse impacto de quando você atinge o público é impressionante”, disse Fernanda. “Outro dia fiquei assistindo ‘Tapas e Beijos’ e achei aquilo uma obra-prima, aquelas duas mulheres com aqueles problemas delas, aqueles homens ruins”, lembrou.
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