SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um caça A-29 Super Tucano, da FAB (Força Aérea Brasileira), interceptou com tiros um avião que sobrevoava Terra Indígena Yanomami nesta segunda-feira (29). Desde o início do ano passado, o espaço aéreo no local está fechado, por decreto.
Segundo a FAB, o avião, modelo Cesna 182, foi interceptado a cerca de 110 km da capital Boa Vista (RR). O piloto fugiu após o pouso.
Fizeram parte da perseguição outros dois aviões da Força Aérea, modelos E-99, R-99, equipados com recursos de monitoramento, como radares e sensores. A Polícia Federal participou da ação.
De acordo com a Força Aérea, o avião era suspeito de tráfico ilícito e passou a ser monitorado até a interceptação.
Um vídeo mostra o militar do caça Super Tucano avisar pelo rádio ao piloto do Cesna que seu avião está sendo interceptado, que a rota está sendo modificada e dá instruções de voo. Na sequência, informa que serão disparadas duas rajadas de tiros de aviso. E atira em sequência.
Por mais de uma vez o monomotor aparece no alvo na imagem gravada no vídeo.
Após os disparos, a aeronave fez um pouso em uma pista de terra. O piloto não foi localizado.
Um helicóptero H-60 Black Hawk levou militares do Grupamento de Segurança e Defesa da Base Aérea de Boa Vista e agentes da polícia federal até o local. O avião acabou apreendido. Não foi informado o que havia no seu interior.
Também nesta segunda-feira, a Venezuela afirmou ter destruído uma pista de pouso clandestina usada como base por aviões que atuavam no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Além da divulgação da informação em canais da Força Aérea do país, o governo venezuelano comunicou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sobre a destruição da pista.
O Ibama havia informado à embaixada da Venezuela no Brasil sobre a existência de duas pistas clandestinas na região de fronteira entre os dois países, com operação no país vizinho, a poucos quilômetros da terra yanomami, em Roraima.
Em janeiro do ano passado foi deflagrada a Operação Escudo Yanomami, que ativou a Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) no local, dividida em três: branca (reservada), amarela (restrita) e vermelha (proibida).
“As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA)”, disse a Aeronáutica na época, por meio de nota.
A operação de desintrusão da Terra Indígena Yanomami começou em janeiro de 2023, após o presidente Lula realizar viagem ao local e o governo decretar emergência sanitária na região.
O Ministério da Saúde encontrou quadros graves de desnutrição entre os yanomamis. A causa, dentre outras, era a contaminação por mercúrio, elemento utilizado no garimpo ilegal e que poluí os rios e contamina animais e humanos.
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