Boca seca? Baixa umidade do ar e a poluição pode afetar a saúde bucal

Com índices de baixa umidade do ar recorrentes e ondas de calor acima da média, é comum ouvir as pessoas sinalizarem que estão com boca seca. Mas afinal, o que causa esse sintoma e quais os riscos?

 

Segundo a Dra. Ana Carolina Hernandes, coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, a sensação de boca seca pode estar associada à xerostomia. A xerostomia é uma condição em que a secreção de saliva é insuficiente para manter a boca úmida, podendo ser um resultado de várias condições. “Além de causas comuns como desidratação, hábitos de fumo e certas condições médicas, a qualidade do ar também desempenha um papel significativo na saúde bucal”, explica.

O que muitas pessoas não imaginam é que a saliva desempenha um papel crucial na saúde oral, ajudando na digestão, limpando a boca e protegendo contra infecções. No entanto, o ar seco, comum em áreas urbanas poluídas, pode diminuir a produção salivar, aumentando o risco de condições como cáries, gengivite e mau hálito. A exposição prolongada a altos níveis de poluentes atmosféricos pode ter impactos além dos pulmões e coração, afetando também a boca e as vias respiratórias superiores.

Dra. Ana Carolina explica que a baixa umidade do ar, assim como a poluição, tem levado ao aumento significativo no número de pessoas que sofrem com boca seca, principalmente devido ao alto índice de poluentes atmosféricos, tais ozônio e dióxido de enxofre. “Esses fatores ambientais não só irritam as mucosas bucais, como também reduzem a produção de saliva, item essencial para a saúde bucal. Com isso, é muito comum observarmos pacientes com queixas de desconforto”, diz ela.

A poluição atmosférica é uma mistura complexa de partículas sólidas finas e gases que, quando inalados, podem causar danos não apenas aos pulmões, afetando também a boca e vias aéreas superiores. Essas partículas finas e gases podem aderir às mucosas bucais, irritando-as e interferindo na produção salivar. “Essa condição pode predispor a problemas dentários e infecções orais devido à menor proteção e limpeza proporcionadas pela saliva”, destaca a Dra. Ana Carolina.

A dentista alerta que a insuficiência salivar pode causar desconforto e resultar em complicações sérias. “A boca seca pode dificultar a mastigação, deglutição e até mesmo a fala. Além disso, aumenta o risco de cáries, uma vez que a saliva atua na neutralização de ácidos e na remineralização do esmalte dentário”.

Para ajudar as pessoas a minimizarem os efeitos da boca seca, o professor elencou algumas dicas:

Hidratação adequada: Beber água regularmente ajuda a manter a boca úmida e estimula a produção de saliva.

Uso de umidificadores: Em ambientes fechados com ar-condicionado, o uso de umidificadores pode ajudar a manter a umidade do ar em níveis confortáveis para as mucosas bucais.

Higiene bucal rigorosa: Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, usar fio dental e enxaguante bucal sem álcool ajudam a manter a saúde bucal.

Evitar cigarro e álcool: Reduzir o consumo destes itens que podem agravar a xerostomia e aumentar o risco de problemas bucais.

Consultas regulares ao dentista: Visitas periódicas ao dentista são essenciais para avaliar a saúde bucal, detectar problemas precocemente e receber orientações específicas para cada caso.