Fórmula 1: o que mudou na segurança da categoria após a morte de Ayrton Senna

Uma série de mudanças em aspectos de segurança foi executada na Fórmula 1 desde a morte de Ayrton Senna, no GP de San Marino de 1994, no dia 1º de maio daquele ano. Conjuntos do carro foram aperfeiçoados para evitar que novos acidentes fatais ocorressem. Em 30 anos, a categoria teve somente um acidente que levou à morte de um piloto, o francês Jules Bianchi, no GP do Japão de 2014, o que introduziu outras alterações.

Atualmente, os carros possuem estruturas que protegem o corpo do piloto, da cabeça aos pés. O bico, as laterais do cockpit e a traseira têm reforços capazes de absorver o impacto em caso de batida. Materiais como as fibras sintéticas kevlar e zylon tornaram a F-1 um campeonato mais seguro.

Além da tradicional barreira de pneus, a F-1 incorporou há alguns anos uma nova barreira, chamada “TecPro”, agilizou seu procedimento de atendimento a pilotos acidentados, aumentou áreas de escape e proteção nas pistas mundo afora.

Uma reivindicação de Senna na véspera de sua morte foi a limitação da velocidade dos carros nos boxes. A ideia foi colocada em prática depois e, atualmente, é de 80 km/h, com algumas exceções, como Mônaco, em que o pit lane é mais estreito, e o limite passa a 60 km/h.

Por causa do gravíssimo acidente de Jules Bianchi em Suzuka, a Fórmula 1 criou um safety car virtual (VSC, sigla em inglês). Caso haja algum acidente ou problema na pista de menor grau, os carros diminuem o ritmo de volta em 30% a 40% para evitar que permaneçam em alta velocidade mesmo sob bandeira amarela.

Palco da tragédia de Senna, o Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, passou por transformações no traçado. Um dos mais velozes e perigosos, ele voltou a fazer parte do circo da Fórmula 1 durante a pandemia de covid-19, em 2020, após 13 anos fora do calendário. O circuito alterou a Curva Tamburello, onde Senna morreu, para uma chicane, obrigando frenagem dos carros. A curva Villeneuve, onde o austríaco Roland Ratzenberger morreu naquele mesmo fim de semana fatídico, no treino de sábado, se tornou uma variante.

Entre os principais equipamentos obrigatórios de um piloto de Fórmula 1 está o “Hans” (“head and neck support” que significa “apoio de cabeça e pescoço”), desde 2003. Ele fica preso ao capacete e sustenta a cabeça e o pescoço do piloto para que não aconteça o mesmo que passou com Senna com o impacto do braço da suspensão do carro, que acertou seu capacete e provocou uma fratura da base do crânio.

Capacete e célula de sobrevivência foram aperfeiçoados para resistir a maiores impactos e reduzir os danos ao piloto em caso de acidente. As laterais do carro foram elevadas. Anteriormente, o piloto ficava com os ombros expostos fora do cockpit, agora a proteção é maior. O macacão tem como uma das principais missões impedir que o piloto se queime se o carro incendiar, luvas e sapatilhas seguem o mesmo padrão.

Uma das mais importantes medidas de segurança foi a adoção do Halo após muitos testes e motivada principalmente pelo acidente de Felipe Massa, na Hungria, em 2009, em que foi atingido na cabeça por uma mola solta do carro de Rubens Barrichello. O item se tornou obrigatório apenas em 2018 e já salvou algumas vidas na Fórmula 1, entre elas a do francês Romain Grosjean e a do heptacampeão Lewis Hamilton.

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